Homilia do Padre Matheus Matos - Santa Missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor - 24 de Março de 2024

 


CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA DO DOMINGO DE RAMOS
E DA PAIXÃO DO SENHOR

ANO LITÚRGICO - B

HOMILIA DO PADRE MATHEUS MATOS

24 de Março de 2024

Caríssimos irmãos presentes nesta celebração eucarística, a qual fazemos memória da entrada triunfal do Cristo em Jerusalém, dou minhas cordiais e calorosas saudações a todos os que participam deste momento.

"Na procissão do Domingo de Ramos associamo-nos à multidão dos discípulos que, em festa jubilosa, acompanham o Senhor na sua entrada em Jerusalém. Como eles louvamos o Senhor em coro por todos os prodígios que vimos. Sim, também nós vimos e ainda vemos os prodígios de Cristo:  como Ele leva homens e mulheres a renunciar aos confortos da própria vida e a colocar-se totalmente ao serviço dos que sofrem; como Ele dá coragem a homens e mulheres de se oporem à violência e à mentira, para dar lugar no mundo à verdade; como Ele, no segredo, induz homens e mulheres a fazer o bem ao próximo, a suscitar a reconciliação onde havia o ódio,  a  criar  a  paz  onde  reinava  a inimizade." (Homilia de Bento XVI 2007, trecho.)

"Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor" (Lc 19, 38).

Com estas palavras, a população de Jerusalém recebeu Jesus à sua chegada à cidade santa, aclamando-o rei de Israel. Mas, alguns dias mais tarde, a mesma multidão recusá-lo-á com gritos hostis "Crucifica-o! Crucifica-o!" (Lc 23, 21). A liturgia do Domingo de Ramos faz-nos reviver estes dois momentos da última semana da vida terrena de Jesus. Imerge-nos naquela multidão tão volúvel que, em poucos dias, passou do entusiasmo jubiloso ao desprezo homicida.

Irmãos, este tempo que se inicia, a Semana Santa, a qual recordamos de modo profundo e sublime, a paixão e morte de Jesus, nosso salvador, devemos cada vez mais viver com grande oração, pois relembramos a luta que houve na cruz, até a gloriosa ressurreição. Isto é, o processo que deu-nos a Salvação vinda da maior prova de amor que o mundo presenciou.

O primeiro evangelho desta solenidade, retrata a cena da entrada do Cristo em Jerusalém. Os filhos dos hebreus, saúdam com hosanas, com ramos e folhas de palmeiras. Assim devemos ser nós mesmos em nossa vida, aclamar ao Senhor de todo o nosso coração, prestar culto a Deus com as nossas condições, com a humildade e a simplicidade do nosso coração, e principalmente, com amor. 

O nosso coração está em júbilo ao receber o Senhor em nosso meio. E isto é sim, possível. O contemplamos na eucaristia, que é Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. Mas, hoje em dia, profanamos e desprezamos, não só com palavras e ações, mas por colocar-se a Deus depois de situações materiais de nossa vida. Passamos horas em festas, em celulares, computadores, ou fazendo algo que gostamos de fazer, mas não se importamos em ir sequer 15 minutos no sacrário, adorá-lo, nem ir à Santa Missa, ou fazermos simplesmente as nossas orações diárias. Estas atitudes que muitas vezes cometemos, ferem o coração de Cristo, que é a misericórdia infinita. Peçamos ao Cristo, o verdadeiro arrependimento e conversão.

Vemos então a hipocrisia. Hoje vemos pessoas que se dizem católicas (que podem ser retratadas como as pessoas que saudavam o cristo com hosanas e aclamações), que mais tarde, não se importam mais com o Cristo em certos momentos, até por falas mentirosas de pessoas que não reconhecem a Deus, e acabam pecando, ferindo o coração de cristo, que é a imagem da população de Jerusalém, com gritos a favor da morte de Jesus.

Devemos honrar a nossa fé, não termos vergonha. Pois se queremos a salvação eterna, devemos servir a Deus, mesmo que custe desapegos e renúncias, até mudanças de comportamentos ou jeitos de ser. O céu é a verdadeira recompensa do que fazemos na terra, e lá, louvaremos e aclamaremos o Cristo por toda a eternidade, com os anjos e santos.

A Cruz está no centro da liturgia de hoje. Vós, queridos irmãos, com a vossa atenta e entusiasta participação nesta solene celebração, demonstrais que não vos envergonhais da Cruz. Não temeis a Cruz de Cristo. Ao contrário, sentis por ela amor e veneração, porque é o sinal do Redentor morto e ressuscitado por nós. Quem crê em Jesus crucificado e ressuscitado leva a Cruz como um triunfo, como prova evidente de que Deus é amor. Com a doação total de si, precisamente com a Cruz, o nosso Salvador venceu definitivamente o pecado e a morte. Por isso aclamamos com júbilo; "Glória e louvor a ti, ó Cristo, que com a tua Cruz redimiste o mundo!".

O Salvador, é um convite no dia de hoje. No clima de alegria, velado de tristeza, que caracteriza o Domingo de Ramos, Jesus nos convida á conversão, e à total entrega a ele. Não façamos como Judas, não traiamos Jesus. Pelo contrário, façamos ele o centro da nossa vida. Não aclamemos Jesus, e dias depois, desejemos a morte dele. Façamos de toda a nossa vida, um ato de louvor a Deus.

Virgem Maria, que recebestes o Cristo morto em seus braços, ajudai-nos a termos uma reconciliação íntima com Jesus, e que ele tenha misericórdia de nós.

Que assim seja, Amém.

São João Del Creeper, 24 de Março de 2024.

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